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Palavras Guardadas
A íris selvagem, de Louise Glück
No final do meu sofrimento
havia uma saída.
Me ouça bem: aquilo que você chama de morte
eu me recordo.
Mais acima, ruídos, ramos de um pinheiro se movendo.
Então, nada. O sol fraco
cintilando sobre a superfície seca.
É terrível sobreviver
como consciência,
enterrada na terra escura.
Então tudo acabou: aquilo que você teme,
se tornando
uma alma e incapaz
de falar, encerrando abruptamente, a terra dura
se inclinando um pouco. E o que pensei serem
pássaros lançando-se em arbustos baixos.
Você que não se lembra
da passagem de outro mundo
eu te digo poderia repetir: aquilo que
retorna do esquecimento retorna
para encontrar uma voz:
do centro de minha vida veio
uma vasta fonte, azul profundo
sombras na água do mar azul. “
Louise Glück, Nobel 2020
Mensagem…
“Flua pela vida como se estivesse no rio lento. Sorria. Aproveite o passeio.”
Sugestões para desacelerar
- Busque uma acomodação permanentemente garantida e que não dependa de pagamentos altos e regulares para manter; por exemplo, uma pequena casa totalmente paga e onde você sempre pode ficar na sua e esperar os períodos de descanso entre os empregos ou furacões emocionais;
- procure ter uma poupança, ou investimentos, ou caixa pessoal, para que não fiques sob pressão para trazer dinheiro todos os meses para sobreviver;
- livrar-se de todas as dívidas e não faça outras que possam comprometer seu estado geral;
- uma profissão versátil para que você possa encontrar trabalho onde e quando quiser, ou para mudar de emprego quando lhe apetecer e negociar trabalho a tempo parcial; coisas boas como enfermagem, programação ou segurança podem sempre funcionar;
- contas baixas e pequenas atitudes com grandes efeitos: dirija um carro velho, mas confiável, que nunca precise de conserto, apenas de manutenção; não fume nem beba, aprenda a cozinhar corretamente e faça suas refeições; aprenda a fazer um orçamento e a planejar, e faça isso partindo disso; e evite um estilo de vida caro, mesmo que tenha condições atuais para fazê-lo. Os ventos mudam;
- permaneça flexível e tenha a mente aberta sobre o que você pode estar fazendo profissionalmente. Dirigir empilhadeiras este ano, ensinar algo no próximo ano, escrever textos publicitários depois disso. Esses tipos de saltos não devem assustar;
- desista de pensar na carreira como único sentido da vida. Se você leva a sério a ascensão, esse tipo de estilo de vida construído desacelerando é inatingível. Se optar por isso, relegue-se a deixar outra pessoa a ser chefe e apenas faça sua parte. A ambição desenfreada nos causa muito sofrimento e comparações desnecessárias;
- decida que será feliz naquele pequeno mundo que está criando para si mesmo e que qualquer adversidade que encontrar nele será enfrentada e não evitada ou desistindo e indo embora, afinal outros obstáculos surgirão. Um pequeno oásis de paz ainda é algo possível no contexto hostil da vida neste planeta e, assim, você precisa ter uma vontade e reunir meios para mantê-lo e defendê-lo, partindo de critérios simplificados.
Fonte: pt. quora
Os Ciclos da Vida

“Ontem, com as folhas secas rodopiando em volta dos meus pés, pensei no que significara crescer; a sensação voltou-me nítida como uma febre…o sentimento onipresente de esperar que a vida verdadeira começasse sabendo que ela estava ali ao virar a esquina, sem saber o que viria.
Quando cheguei à adolescência a vida estava tão perto que poderia tocá-la. Nessa altura, a única maneira de aliviarmos nossas próprias ansiedades era agarrarmo-nos aos momentos importantes do presente. Baile de debutantes. Dia da formatura. Ensaios para os grandes acontecimentos que viriam mais tarde.
É como se estivéssemos sempre à espera, à espera que começasse a vida verdadeira, correndo para cada momento importante apenas para dizermos “Era só isto”?
E, no momento seguinte, olharmos em volta e notarmos que era mesmo um só aquilo, todavia, de qualquer forma, sem darmos conta, já estávamos deslizando para as décadas seguintes da nossa existência.
Até que um dia apercebemo-nos de que já não estamos mais à espera, mas estamos simplesmente vivendo. Já não dependemos mais das visitas, da louça fina guardada para os momentos adequados, das férias, do Natal ou de um novo emprego. Estamos agora vivendo a cadência calma do nosso coração.
São outros tempos.
É isto a nossa vida: é uma estranha volta do mar, à vezes cansados, outrora sentindo-nos agradáveis, se o horizonte nos parecer soalheiro, raiado de rosa e refletir o dourado calmante das experiências somadas, mesmo depois de todos aqueles anos de espera e mesmo percebendo pouco que ela, a vida, seguia desde o início um curso imperceptível.”
Anna Quindlen
Revivência
(…) “E assim é que o tempo encena outra vez os espetáculos mais curiosos e mais sinceros do coração humano. O passado surge novamente, entrelaçando todos os seus sonhos e aspirações, e sobre sua prata banhada ainda se vê, intacta, a oxidação da falsidade. Dessa forma, um homem pode chegar a uma compreensão muito mais profunda de si mesmo, a uma percepção que em sua juventude estava fora de seu alcance. Quando contemplamos nossa velha aldeia a partir de uma montanha distante, por mais que os detalhes daquela época tenham se apagado da memória, o significado de ter ali vivido se torna claro e nítido. Até mesmo o buraco que havia no chão da praça, outrora tão importante, agora cheio de água da chuva, reluzindo ao sol, assume uma beleza simples e óbvia.”
in Cavalo Selvagem, de Yukio Mishima.